sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ler Rima com Prazer



















O sem-teto Severino Manoel de Souza nos pegou a todos de surpresa quando em 2006 sua história chegou à mídia. O catador de papel havia inaugurado em setembro de 2005 uma biblioteca com livros encontrados no lixo em um prédio invadido no centro de São Paulo, na Avenida Prestes Maia. Os usuários eram os próprios moradores do prédio, cerca de 1.800 pessoas devidamente cadastradas em um computador doado a Severino. No acervo, entre os mais de 16 mil títulos, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Gabriel García Márquez e tantos outros. O prédio foi desocupado e Severino ficou sem o seu acervo.

Com a perseverança que só os corajosos têm, o pernambucano nascido no sítio Olho D’Água Seco montou em Itapecerica da Serra, em São Paulo, uma nova biblioteca que já conta com 4.500 títulos. Para ele, Machado de Assis é o preferido e, durante a entrevista à Revista da Cultura, comentou que neste ano são comemorados os 100 anos da morte do escritor e colocou até uma placa na sua biblioteca lembrando o público sobre a data. Severino diz que aprende muita coisa boa nos livros e gosta especialmente de romance e poesia. E ele é realmente um apaixonado por livros. “Para mim, são como uma boa sobremesa. Hoje mesmo, depois do almoço, achei um ‘livrozinho’ de Camões, sentei na beirada da cama e fiquei lendo”.

A história de Severino contraria todas as estatísticas e também os nossos aparentes motivos para não pegarmos um livro para ler. “Meus pais nunca leram pra mim” ou ainda “a professora só dava coisa chata” são as principais respostas às perguntas sobre o fato de alguém não ter o hábito da leitura.

Fonte: Leia a íntegra do texto na Revista da Cultura

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