Sucesso de O Artista flerta com as possibilidades verbais da linguagem audiovisual
Administrar processos de mudança corresponde a um desafio que líderes
governamentais e executivos de grandes corporações conhecem bem. Não só eles,
claro. Pense, por exemplo, na figura de George Valentin. Profissional
reconhecido em seu campo de atuação, acomodou-se à posição confortável e
preferiu subestimar o impacto das inovações que começavam a alterar as
coordenadas do negócio em questão. Quando se deu conta da necessidade de
adaptação aos novos tempos, resistiu. Foi deixado para escanteio e
esquecido.
Valentin é o personagem-título de O Artista. Popular
no período silencioso de Hollywood, ele assiste incrédulo à chegada da
tecnologia que agrega som às imagens, nos anos 1920. Valentin considerava-se
imune às transformações. Pagou caro.
Embora seja uma figura ficcional, os
traços de Valentin foram inspirados em diversos atores que não conseguiram (ou
quiseram) fazer a transição do cinema de origem, sem o uso da linguagem verbal,
para os talkies, os filmes falados. Seu nome lembra propositalmente o
do italiano Rodolfo Valentino, um dos galãs do período, que não enfrentou o
dilema da adaptação porque morreu antes, em 1926, aos 31 anos.
Fonte: Mais informações - http://revistalingua.uol.com.br
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