segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CRÔNICAS


Saúde perfeita
            Sistema de saúde publica programa esse que funciona tão bem como armas para salvar vidas. Por sorte, a maioria das pessoas tem conhecimento de sua qualidade e pagam, uma quantia não tão pequena, para terem planos particulares, e as pessoas que não têm só podem usar o sistema publico mesmo.
            Nosso paciente de hoje é o Sr. Donivaldo, pobre homem que quebrou o braço no futebol de sábado com os amigos, e assim estragou o jogo junto com o churrasco. Depois de toda a pressa de levá-lo ao hospital, e de esperar “algumas” horas para ser atendido, encontramos Donivaldo no consultório do médico esperando os resultados dos exames, então o médico entra na sala.
            - Senhor Donivaldo?
            - Eu mesmo.
            - Bem, como o senhor pode ver aqui estão seus raios-X.
Assim o médico entrega o envelope ao homem, esse abre e analisa os exames. Sem entender o que estava acontecendo, Donivaldo chama a atenção do médico.
            - Espera, não entendi uma coisa.
            - O que seria?
            - Os raios-X que o senhor me entregou, não parecem ter nada de errado com ele. Pensei que eu tinha quebrado o braço.
            - Então, você realmente fraturou o braço direito, mas como nós não sabíamos o que fazer exatamente, nós chamamos um cara que arrumou com o Photoshop.
            - Mas e meu braço? Como fica?
            - O que? Não há nada de errado com ele, sua saúde esta perfeita, olhe para os exames. Mas parece que foi uma pancada feia, então tome esses remédios e descanse bastante, ao chegar em casa enfaixe o braço.
             E assim o médico entregou uma receita de remédios para dores musculares e finalizou o atendimento. Deixando o pobre Sr. Donivaldo com a receita e os raios-X na mão e uma cara de bob no rosto, pensando “será que eu tenho esses remédios em casa?”.

                               
1º Colocado: Crônica
BRUNO RODRIGUES AGUILAR FIGUEIREDO – 2E


Tique-Taque

Estava tudo escuro. Eu não sabia há quanto tempo estivera inconsciente. Consegui abrir os olhos com esforço e deixá-los semicerrados para não ver todo o horror que devia estar – e realmente estava – à minha frente.
O chão de pedra estava vermelho, todo aquele sangue que saíra de meus ferimentos, produzidos pelo estalo do chicote longo e fino. Cada estalo era como o tique-taque dos ponteiros de um relógio.
Meu peito doeu quando suspirei profundamente. Voltei o olhar a minha camisa aberta, que já fora branca um dia, não só estava rasgada como tingida de vermelho, onde eram dados os estalos. Tentei me mexer, e com o tilintar das correntes que prendiam meus pulsos, que a essa hora já deviam estar em carne viva, pois latejavam horrivelmente. A razão pareceu voltar a minha mente, e então me lembrei.
Acontecera há apenas alguns dias.  Eu estava andando nas ruas do bairro de Higienópolis, em São Paulo, quando tropecei em um corpo. Já ia desculpar-me, pensando que era um mendigo, quando vi que era uma garota, adolescente, com a garganta cortada, os olhos ainda vidrados e abertos, refletindo o terror que tomara conta daqueles belos olhos antes de ter a vida retirada. O canivete, ensangüentado, ainda estava no chão – ajoelhei-me para examinar melhor a cena com meus olhos de estudante de medicina quando ouvi as sirenes. ‘’Que bom’’, eu pensara aliviado, ‘’finalmente trarão justiça para a alma desta pobre menina’’.
Engano meu.  Eu fora acusado sem provas de tê-la matado, pois estava na cena do crime. No começo fui jogado num cubículo com mais de cinqüenta pessoas – cabiam vinte – onde a comida era escassa e havia apenas um banheiro. Depois de alegar minha inocência, fui levado à sala onde estava agora, acorrentado à parede. Espancariam-me até que eu confessasse. Mas eu não havia feito nada!
O policial entrou na sala, com o chicote na mão. Engoli em seco.
-Pronto para confessar, desgraçado?
A pancada veio. Dois dias sem jantar, ele dissera.
‘’É o fim’’, pensei, de certo modo aliviado.

2º Colocado: Crônica
MARIANA TREVISAN SERINO – 2E

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